
Responsável pelo equilíbrio e pelo senso de direção do corpo, o sistema vestibular é fornado por um conjunto labiríntico de pequenos canais.
Durante muito tempo, o labirinto (parte óssea do ouvido interno, constituída pelos canais semicirculares, vestíbulo e caracol) foi relacionado unicamente ao sentido da audição.
Posteriormente, no entanto, verificou-se que a retirada cirúrgica dos canais semicirculares (formações do ouvido interno) ocasionava visíveis alterações no processo do equilíbrio.
Esses fatores tornaram-se conhecidos em meados do século XIX; estudos posteriores confirmaram o conceito de que o equilíbrio depende, em grande parte, do vestíbulo e dos canais semicirculares.
Nos invertebrados, esse sistema é representado por uma formação mais simples, o estatocisto (statikos, cTue está em equilíbrio; kystis, bolsa). Consiste numa pequena cavidade que contém material sólido: funciona como regulador do equilíbrio, fornecendo as várias informações desejadas sobre a posição do corpo.
No interior da cabeça cartilaginosa das lulas, por exemplo, há um par de estatocistos, pequenas bolsas repletas de massa concreta. Essas estruturas servem como órgãos do equilíbrio. Nos crustáceos, os estatocistos – localizados na base das antenas – contêm pêlos sensoriais e grãos de areia.
Já nos vertebrados há uma especialização no sistema do equilíbrio, que consiste na supressão do material sólido, permanecendo no interior do aparelho vestibular apenas um líquido, a endolinfa, cujos movimentos são percebidos pelas células sensoriais.
Neste artigo falaremos sobre Sistema Vestibular – O que é? Quais as causas? Tem Tratamento? Confira.
Sistema Vestibular – O que é? Quais as causas? Tem Tratamento? Confira
LABIRINTO E O SISTEMA VESTIBULAR
O ouvido interno, separado do médio pelas janelas oval e redonda, consiste num conjunto de escavações tortuosas e intercomunicantes, feitas no rochedo do osso temporal do crânio. Por sua complexidade, essas comunicações receberam a denominação de labirinto ósseo.
Compreende três partes: a cóclea ou caracol, os canais semicirculares e o vestíbulo. A cóclea é um conduto em forma de espiral, semelhante a um caramujo, relacionado com a audição.
O vestíbulo é a porção central, que comunica as outras duas porções entre si. É formado por duas cavidades, o utrículo e o sáculo, e seu nome se deve ã localização na entrada do ouvido interno (vestibulum, entrada), assim é formado o Sistema Vestibular.
Os três canais semicirculares são escavações em forma de anel, perpendiculares entre si. Estão dispostos de acordo com os três planos do espaço (horizontal, vertical e frontal), de modo que cada posição está representada em um deles.
Ligam-se ao utrículo por meio de uma dilatação em uma de suas extremidades, a ampola. O utrículo, através de um pequeno canal, comunica-se com o sáculo, que está em comunicação com a cóclea.
O labirinto ósseo – conjunto de pequenos canais, dilatações e cavidades – não é vazio por dentro: é inteiramente revestido por uma membrana (labirinto membranoso), que contém material liquido, a endolinfa.
O sentido do equilíbrio depende, em grande parte, da percepção dos movimentos da endolinfa através desses compartimentos intercomunicantes. Conhecer este labirinto é importante para o Sistema Vestibular.
OS TRANSFORMADORES DE IMPULSOS
Os receptores sensoriais do vestíbulo localizam-se em espessamentos da parede das ampolas (as cristas ampulares) e também do utrículo e do século (as máculas acústicas).
As cristas ampulares, formadas por células de sustentação e células sensoriais ciliadas, estão recobertas por uma camada gelatinosa e são banhadas pela endolinfa.
As células sensoriais transformam estímulos mecânicos em impulsos nervosos, enviando-os aos centros nervosos através do ramo vestibular do nervo acústico. As máculas acústicas têm estrutura semelhante. A única diferença consiste na presença de partículas de carbonato de cálcio (olólitos) na substância gelatinosa.
O MOVIMENTO DO COPO
Imprimindo-se movimento de rotação a um copo cheio de água, percebe-se que o líquido não começa a girar no primeiro momento.
Da mesma forma, parando-se o copo, seu conteúdo continua rodando por determinado tempo e vai cessando o movimento aos poucos. A água pode ser comparada à endolinfa; e o copo, ao labirinto.
Se uma pessoa começar a rodopiar rapidamente, os canais semicirculares laterais (são os que correspondem a essa posição no espaço) também giram.
A endolinfa, entretanto, no início não acompanha o movimento. Demora ainda certo tempo, e o resultado final é como se a endolinfa girasse em sentido oposto ao dos canais semicirculares.
Segue-se um aumento de pressão sobre a cúpula gelatinosa, que deslocará os pêlos dos receptores na direção do movimento aparente da endolinfa.
Sempre que a cabeça gira para a direita, os olhos levados por um mecanismo reflexo que parte do labirinto – tendem a se deslocar para a esquerda.
Mas se o paciente foi submetido a uma rotação rápida ou acelerada, como no brinquedo de cabra-cega, a estimulação intensa do labirinto produz uma incoordenação temporária dos movimentos oculares, denominada nistagmo.
Assim que o indivíduo pára de girar, os olhos são abalados por um movimento de vaivém, deslocando-se mais lentamente no sentido contrário ao movimento da cabeça e mais rapidamente no mesmo sentido, quando regressar a sua posição central.
Se o corpo girar em outro sentido, como acontece com o astronauta (direção vertical), observa-se o nistagmo resultante da excitação do canal semicircular correspondente.
Os olhos oscilam depressa no sentido vertical, após o que o indivíduo volta a mantê-los sempre fixos para a frente, se o movimento do astronauta continuar, sem aceleração.
Quando a pessoa cessa de rodar, sofre uma sensação de vertigem. Como no caso da água que continua rodando algum tempo, mesmo após a parada do copo, a vertigem é provocada pelo fato de a endolinfa continuar a circular após a cessação do movimento.
O líquido pára com atraso e, consequentemente, os receptores sensoriais da crista ampular continuam enviando estímulos (que são informações de movimento). Ter este conhecimento sobre o corpo é muito importante para adquirir experência sobre o Sistema Vestibular.
Neste artigo falamos sobre Sistema Vestibular – O que é? Quais as causas? Tem Tratamento? Confira.